Etapas do Projeto de Arquitetura

LEVANTAMENTO

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A primeira coisa que nós fazemos, ao fechar um novo projeto é o chamado levantamento. Que nada mais é do que a medição do apartamento ou da casa, quando há algo construído. No caso de terrenos vazios, essa etapa é para buscar informações a respeito do terreno na prefeitura, onde eles possuem as informações oficiais de tamanhos.

Nós então marcamos um dia com o cliente para ir até a casa medir tudo, mesmo que o cliente já possua a planta da construtora ou até projetos anteriores. Fazemos dessa forma pois sabemos que na hora de executar um projeto, acontece de sempre haver diferenças de medidas, tendo alguns centímetros a mais ou a menos que no projeto. Também é importante essa visita para identificar elementos que muitas vezes não aparecem em planta, como as vigas expostas, os pilares salientes, o pé direito, os peitoris de janelas e suas alturas, entre outros detalhes que só indo no local para podermos saber que existem. Acredite, fazer um levantamento bem feito evitará muitos problemas e falsos imprevistos na obra.

Depois de medirmos toda a casa, nós passamos as informações para o computador, onde teremos a planta original e compatibilizada com o existente.

BRIEFING

Com a planta em mão, vamos a próxima etapa.

Quando começamos um novo projeto de arquitetura, sendo de interiores ou não, a primeira coisa que fazemos é procurar conhecer melhor o cliente, tanto as necessidades que ele possui para a casa, quanto o gosto pessoal, e até hobbys. Então, a primeira etapa do nosso projeto é chamada de Briefing. Aqui no escritório nós possuímos um questionário online com várias perguntas, algumas bem objetivas tais como qual seu email, quantos cômodos sua casa tem ou terá, e outras mais subjetivas, como “o que você gosta de fazer nas horas vagas”. Dentro do questionário também colocamos fotos de diferentes estilos arquitetônicos e de decoração para entendermos as preferências pessoais de design dela.

Após o cliente já ter respondido o questionário, nós realizamos uma reunião de briefing. Pegamos a planta que geramos com o levantamento, e o questionário respondido pelo cliente, sentamos e conversamos bastante sobre os dois. Geralmente nessa reunião eu tiro algumas dúvidas que eu tenha ficado em relação as perguntas respondidas e também pergunto se o cliente já tinha alguma ideia do layout que ele gostaria para a casa. É muito comum as pessoas já terem em mente como elas querem dispor os móveis em casa, ou muitas até chegam com o desenho pronto do layout. E eu sempre gosto de ouvir primeiro o que aquela pessoa imagina, afinal a casa é dela e quem irá morar lá é ela. Depois de saber tudo que o cliente imaginou, é hora de começar a projetar.

ESTUDO PRELIMINAR

Após reunir todas as informações necessárias, vamos começar a, de fato, projetar. A fase que estamos entrando agora se chama estudo preliminar, e é feita para estudarmos (literalmente) as diversas possibilidades de layout, de decoração, de volumes e tudo mais que iremos pensar para a casa.

Então, essa etapa funciona da seguinte forma: primeiramente eu crio umas 3 ou 4 possibilidades de planta para o apartamento (aqui as maiores variações estarão no posicionamento dos móveis) ou para a casa (que a variação pode ser muito maior, chegando a serem casas completamente diferentes). Após essas opções estarem prontas, nós nos reunimos com o cliente para mostrar as diversas possibilidades que encontramos para a sua casa. Vamos discutir então todas as diferenças entre as plantas e vamos montar uma nova planta apenas com as soluções que ele mais gostar.

O processo para chegar na planta ideal pode variar muito de tempo quando falamos de apartamentos e casas. Para apartamentos, geralmente na primeira reunião já teremos definida a planta final. Mas quando falamos de casas, principalmente as que serão construídas do zero, as possibilidades são infinitas, e para podermos explorar todas precisamos de mais tempo, cerca de 4 reuniões no mínimo, com essa dinâmica explicada acima.

Após termos a planta final de layout dessa casa, passamos a estudar os ambientes separadamente. Nesse momento passamos do 2D para o 3D, ou seja, deixamos de ver as coisas apenas em planta e passamos a ver tudo em 3 dimensões, com cores e texturas.

Em cada nova reunião veremos um ambiente apenas, porém vamos discutir os mínimos detalhes dele, tais como as cores escolhidas, os acabamentos, os móveis, o gesso, e tudo o que compor a decoração dele. O número de reuniões para isso varia da quantidade de cômodos que você tenha, por exemplo, se você tem um apartamento de sala, cozinha, quarto de casal, escritório e banheiro (são 5 ambientes) então precisaremos de 5 reuniões, no mínimo. Falo mínimo, pois, dependendo da complexidade de cada ambiente e da indecisão em relação a algum material do cliente, às vezes, precisamos de mais de uma reunião para definir todos os detalhes.

Faço uma reunião para cada ambiente, pois assim a duração delas não será extremamente longa e conseguimos falar sobre vários detalhes, que se fossemos ver todos os ambientes de uma vez, não conseguiríamos.

Após termos feito as reuniões de todos os ambientes, ainda não passamos para a próxima fase. Vamos ter um último encontro de estudo preliminar para revisar todos os ambientes e todas as escolhas feitas. Nesse dia você vê sua casa completa e em 3D, e claro pode alterar algo que depois de pensar melhor não agradou.

Inclusive, durante todo o processo do estudo o cliente opina em tudo, falando o que gosta, o que não gosta, o que funciona e o que não funciona pra ele, pede pra agregar algo, ou retirar, enfim, tudo o que não estiver de acordo com o que ele quer, é modificado, ou seja, o cliente tem voz ativa e participa de todas as decisões. Nenhum projeto é elaborado sem que o cliente saiba exatamente o que está sendo feito, e sem sua aprovação.

Essa e uma das fases que geralmente demora bastante, pois até tomarmos todas as decisões em conjunto, leva um bom tempo.

Enfim, tudo está decidido no projeto, o cliente já sabe exatamente como sua casa ficará, já aprovou tudo, e agora podemos partir pra obra, não é? NÃO!

ANTEPROJETO

Apesar de no estudo preliminar decidirmos praticamente tudo, alguns detalhes importantes são vistos apenas no anteprojeto, pois dependem das decisões tomadas na fase anterior.

Esses detalhes são a iluminação, a elétrica e o forro de gesso. Aqui no escritório nos fazemos o mapeamento tanto da iluminação quanto dos pontos de elétrica em planta. Esses dois projetos não substituem o projeto elétrico técnico feito por um engenheiro, pois são coisas diferentes.

No de iluminação, nós vamos mapear quais os tipos de lâmpadas e luminárias que serão usadas em cada ambiente, além de posicioná-las em lugares estratégicos de acordo com o layout aprovado anteriormente. Também definimos a cor da luz, se serão brancas, neutras ou amarelas, além de pensar nos acendedores, ou seja, dizer qual interruptor irá ligar qual lâmpada.

No projeto elétrico, nós iremos mapear onde serão colocados todos os pontos necessários para o funcionamento do projeto, as tomadas específicas, as tomadas gerais, os pontos de telefone, rede, antena de tv, quadro elétrico, caixas de passagens, e outros que serão necessários. Também informamos a altura que eles devem ter do piso, além de outras informações que se fizerem necessárias.

Na planta de forro de gesso, verificamos todos os detalhes que o teto terá, tais como os rasgos, os cortineiros, alguma moldura, e outros que forem necessários.

Quando se trata de apartamentos, a fase de anteprojeto acaba aqui, fazemos apenas uma reunião, que é o suficiente, e conversamos sobre todo esse posicionamento e detalhes, para estarmos seguros de tudo irá funcionar e de que não esquecemos nada.

Porém, quando se trata de uma casa, nós temos mais algumas informações a serem definidas no anteprojeto. Nós apresentamos os cortes e fachadas da residência, e discutimos sobre alturas da laje, e acabamentos de fachadas. Geralmente com uma reunião já é possível definir essas informações e seguir com o projeto.

PROJETO EXECUTIVO

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Agora sim, tudo o que precisávamos decidir já foi decidido. Vamos começar o trabalho braçal.

Até agora, todas as informações estão espalhadas entre algumas plantas diferentes e alguns 3Ds, e nós precisamos concentrar a informação toda em um caderno de projeto decente para ir pra obra. Esse caderno é o que chamamos de projeto executivo. Basicamente é a junção de todas as informações conversadas ao longo do processo e reunidas de forma a tornar a execução da obra mais fácil.

Nessa fase, diferentemente das anteriores, não há reunião com o cliente, até a entrega do caderno. Por que? A participação do cliente e extremamente importante quando temos decisões a tomar, a partir do momento que já não há dúvidas, não temos o porque importunar o pobre do cliente. Agora é literalmente a parte braçal do trabalho, pois a parte criativa já acabou.

Reunimos todas as plantas necessárias, tais como a de layout, a de paginação de piso, a de forro de gesso, a de acabamentos, a de elétrica, hidráulica, iluminação, a de demolir e construir, e os detalhamentos como os de áreas molhadas, os de pedras, os de marcenaria e outros necessários, criamos o desenho técnico de tudo isso, colocamos as informações importantíssimas, como as cotas (medidas) de tudo, os acabamentos, as indicações de vistas e cortes, e tudo o que mais for necessário, para criar, por fim, o caderno de projeto que irá para a obra.

Dependendo da complexidade da obra, esse caderno pode ter mais ou menos detalhes, e ser uma coisa enorme cheia de folhas ou nem tanto. Eu já entreguei cadernos com 30 páginas e outros com 100 páginas. Não existe um padrão para isso. O que vai mandar é a quantidade de detalhes necessários para a perfeita execução, independentemente de ser um apartamento ou casa, afinal de contas esse trabalhão todo é o planejamento da sua obra, e no final o que realmente vai ser gratificante, é ver a casa pronta como você sempre quis sem ter problemas na hora da execução.

Como você pode perceber que até no projeto de um apartamento a quantidade de detalhes é realmente grande, pode imaginar que não conseguimos criar esse caderno de um dia para o outro ne? O prazo para elaborar toda essa fase vai variar bastante de projeto para projeto, podendo passar de 1 mês de trabalho, apenas nessa fase.

Agora você entendeu o porquê que o projeto não é pastel? Não pode ser feito em 5 minutos. Existe toda uma metodologia de trabalho a ser seguida que garantirá, ao final do processo, um projeto onde o cliente está totalmente satisfeito com o resultado, pois participou de praticamente todo o processo, além de ter a segurança que a sua casa estará como ele sempre sonhou. E a obra será muito mais tranquila e econômica, pois não haverá compra de material desnecessária, nem retrabalho com decisões mau pensadas.

 

 

 

Publicado por Bose Bento

COMO NOSSA HISTÓRIA COMEÇOU?!​ Duas crianças, uma menina e uma menino. A menina gostava muito de roupas estilosas, e o menino gostava muito de carros. Ela queria fazer faculdade de moda, já ele engenharia mecânica. Entretanto, eles tinham um pai e um avô que trabalhavam com obra e construção. O pai então começou a levá-los nas obras e a incentivá-los a fazerem engenharia e arquitetura. E, com as visitas às obras, eles tomaram gosto pela atividade. E assim fizeram, um formou-se em engenharia civil, e o outro em arquitetura e juntos com o apoio do pai e de toda a família, resolveram abrir uma empresa. Assim, nasceu a Bose Bento, uma empresa de arquitetura, engenharia e construção. Atuando no mercado há 4 anos, juntos eles já ajudaram muitas pessoas a terem a casa dos sonhos!

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